"Eu sou o Big Joe. 58 anos. Caminhoneiro de longa distância. Dirijo caminhões de 18 rodas há 34 anos. Durmo na minha cabine. Como em paradas de caminhões. Falo pelo rádio CB para me manter acordado. Trabalho solitário. Mas alguém tem que mover as coisas da América. Há dois anos, estou dirigindo pelo Nebraska. 2 da manhã. Vejo um carro parado. Pisca-alerta ligado. Uma mulher está de pé do lado de fora. Parecendo assustada. Eu parei. Ela recuou quando me viu. Tenho 1,93m, 127 quilos, coberto de tatuagens. Eu entendo. "Senhora, não estou parando para te machucar. Estou parando para ajudar. O que aconteceu?" O carro dela quebrou. O telefone estava morto. Ela estava lá há três horas. Ninguém parou. "Para onde você está indo?" "Hospital. Omaha. Minha filha está em cirurgia de emergência. Eu preciso chegar lá." Sem hesitação. "Entre. Eu te levo." "No seu caminhão?" "Veículo mais seguro nesta rodovia." Ela hesitou. Então entrou. Dirigi 96 quilômetros fora do meu caminho. Cheguei lá a tempo. Ela me abraçou forte. "Ninguém para mais," ela chorou. "Obrigada por me ver." Voltei para a estrada. Não consegui parar de pensar nisso. Entrei no CB. Falei com outros caminhoneiros. "Nós vemos tudo aqui fora. Devemos fazer algo." Começamos um código. "Código Anjo" chamamos. Quando caminhoneiros veem alguém quebrado, preso, em apuros, paramos. Ajudamos. A notícia se espalhou. Caminhoneiros de todo o país se juntaram. No ano passado, ajudamos 1.200 pessoas. Baterias descarregadas. Sem gasolina. Emergências médicas. Vítimas de violência doméstica fugindo. Jovens fugitivos precisando de transporte seguro para abrigos. Agora temos uma rede. Caminhoneiros, rádio CB, paradas de caminhões. Alguém precisa de ajuda? Nós mobilizamos. Salvamos seis vidas no ano passado. Pessoas quebradas em lugares perigosos. Diabéticos em crise. Uma vítima de sequestro que avistamos e reportamos. Mas aqui está a minha história favorita. No mês passado, estou em uma parada de caminhões. Um jovem se aproxima de mim. Talvez 19 anos. Assustado. "Você é o Big Joe?" "Sim." "Você sabe como andar em um caminhão?" Os olhos dele se encheram. "Você me ajudaria?" "É isso que fazemos."...